sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Música para nossos ouvidos, música para nossa cura


Desde épocas remotas o homem procura a cura para tudo aquilo que é incômodo, tudo que lhe doi, tudo aquilo que lhe faz mal.
É sabido que as primeiras civilizações já possuíam conhecimento sobre elementos da natureza capazes de aliviar suas aflições, fossem elas de cunho emocional ou físico.  Além de se utilizarem também de diversos rituais envolvendo músicas, danças e porções.
Hoje não é diferente, o homem continua buscando cura, resolução e fuga para tudo lhe aflige. Muitas vezes tanta modernidade e tecnologia não são suficientes para curar os males que assolam a sociedade, dando espaço a diversos tipos de terapias alternativas.  
Atualmente têm-se estudado as mais variadas opções de terapêutica, entre elas, a ação que a música tem sobre o comportamento humano. É interessante e eu diria até que é perceptível o poder da música sobre nossas ações e sobretudo em relação ao nosso estado emocional.  Pensando nisso, resolvi compartilhar a matéria a seguir com vocês.

Foto: pintura "Music is my life" de Alfred Gockel


Remédio sonoro: música diminui dor e ansiedade em pacientes com câncer


Uma nova pesquisa provou o poder da música do tratamento do câncer: cantar, tocar um instrumento ou mesmo apenas ouvir música pode reduzir a ansiedade e a dor, e aprimorar o humor e alguns sinais vitais (como a pressão arterial) em pacientes com câncer, melhorando sua qualidade de vida global.
Cantar ou tocar música também pode trazer um novo “sentimento de poder” aos pacientes que se sentem vítimas do câncer.
Segundo os pesquisadores, as terapias baseadas em música podem ser um complemento útil à medicação e outros tratamentos padrões de câncer. “Eu acredito fortemente que a beleza da música pode trazer uma esperança renovada aos pacientes e seus entes queridos, e energizá-los”, diz a pesquisadora Joke Bradt.
Durante anos, pesquisadores têm estudado terapias baseadas em música como um tratamento para uma ampla gama de doenças crônicas, dolorosas e emocionalmente angustiantes, como o câncer. A nova pesquisa revisou sistematicamente 30 estudos que incluíram 1.891 adultos e crianças com câncer.
Em 17 dos estudos, as pessoas ouviram música pré-gravada. Nos outros, as pessoas participaram de várias terapias baseadas em música que em alguns casos incluíam cantar, tocar piano ou criar ritmos ao lado de um terapeuta. Todos os estudos incluíram um grupo de controle que recebeu tratamento padrão de câncer.
No geral, tanto as sessões com musicoterapeutas e música pré-gravada reduziram os níveis de ansiedade dos pacientes e aumentaram sua qualidade de vida (medida por meio de questionários) melhor do que os tratamentos padrões.
Em alguns estudos, a musicoterapia também melhorou a dor e o humor (embora não os níveis de depressão), bem como a pressão arterial, a frequência cardíaca e a frequência respiratória.
Bradt diz que não há provas suficientes para determinar que tipo de intervenção musical foi mais eficaz. No entanto, ela acredita que as terapias musicais provavelmente serão mais bem sucedidas quando adaptadas aos gostos musicais e capacidade das pessoas de participar no processo de fazer música.
“Não é como quando você vai ao médico com dor de cabeça, e ele prescreve um tipo específico de medicamento que vai ajudar com a dor de cabeça de qualquer pessoa”, explica.
Robert Zatorre, um neurocientista cognitivo que estuda o efeito da música sobre o cérebro, diz que as qualidades musicais como ritmo e volume também devem impactar o humor e os níveis de estresse dos pacientes.
“Há muito tempo sabe-se que a música pode influenciar o humor”, diz Zatorre. “É por isso que existem canções de ninar; para acalmar os bebês que não conseguem dormir”.
Porém, mais estudos serão necessários para avaliar os custos e benefícios da implementação da musicoterapia tanto em pacientes com câncer quanto em outras populações.
Também, como os resultados medidos nesses estudos são subjetivos, outras pesquisas são necessárias para confirmar que a música, e não outros fatores, é o que está influenciando os resultados.
No entanto, o estudo é muito promissor. “O custo envolvido com a terapia de música é muito pequeno comparado a outros tipos de intervenções”, diz Zatorre. “Se ela funciona bem em comparação com drogas, por exemplo, é outra questão, mas seus efeitos colaterais são mínimos; sendo assim, vale a pena. A pior coisa que pode acontecer quando alguém não gosta de uma música é desligá-la”, conclui.[CNN]